terça-feira, 22 de novembro de 2016

Rally On Kô Tô - Lama na alma

Eu comecei a escrever este texto na semana passada, logo depois do Rally, mas precisei interromper por causa do evento do Buriti Rally Clube que eu ajudei a organizar e me envolveu completamente a semana toda. Foi muito legal e será o assunto da próxima postagem, mas agora voltemos ao On Kô Tô. 

A 13ª edição do Rally On Kô Tô foi cheia de novidades, a primeira delas foi a duração de dois dias, com duas etapas no sábado (12/11) valendo pelo Campeonato Goiano e pela Copa Centro Oeste e mais duas no domingo (13/11) valendo só pelo Campeonato Goiano.

Se a primeira novidade foi obra do Calmon, a segunda foi arte da natureza, pois o tempo chuvoso transformou as trilhas dos canaviais em verdadeiros lamaçais, criando uma configuração de terreno que não é comum aqui pelo Centro Oeste. Assim o desafio dos pilotos era tentar manter o carro na pista escorregadia e quando não desse jeito evitar que a viatura ficasse atolada, aliás tarefa bem difícil. E os navegadores tentando corrigir as medidas e ajudando a desatolar. Segundo nosso amigo Luiz Signates, de fato, foi o Rally On Kô Tôlei...

A prova

Com participação de 31 veículos, sendo 6 motos, 11 carros na categoria Master, 4 na Graduado, 4 na Expedition e 6 na Ligth, a largada do primeiro dia aconteceu às 10 horas da manhã, na cidade de Brazabrantes. Foi o deslocamento inicial mais curto que eu tinha visto, apenas 184 metros. Ou seja, um minuto após a largada já estávamos em trecho navegado, com muita lama e média de tempo seco, um verdadeiro parque de diversões...rsrs. Foram cerca de seis horas de prova, sem contar o deslocamento final até Goiânia para a festa do primeiro dia.

Na categoria Master, o primeiro dia foi da dupla Alexandre/Berg, que venceram as duas etapas. Pedro Paulo/Cristiano ficaram em segundo e o casal José Eduardo/Márcia Guerra conquistou o terceiro lugar. Nove carros conseguiram completar o percurso e nós fomos os nonos, ou seja, só ganhamos de quem quebrou... mesmo assim ficamos satisfeitos por ter conseguido chegar. 

Na Graduado, apenas Lindão/Abel em primeiro e Teruz/Jubão em segundo completaram a prova. Na Expedition Wesley/Carlos Henrique venceram, Vasco/Marcos ficaram com o segundo lugar e Luiz/Nayane Signates com o terceiro. Na categoria Ligth Fernanda/Erika venceram, Rafael/Gabriel conquistaram o segundo posto e Luiz Carlos/Lucas o terceiro. Na corajosa turma das motos, Bruno Beraldi ficou em primeiro, seguido por Luís Ribeiro e Franklin Marques.

Depois da chuva durante toda a noite de sábado, a largada do segundo dia foi às nove da manha na cidade de Inhumas para mais uma sessão de "lama rejuvenescedora". Foram mais duas horas e quarenta minutos até iniciar o deslocamento final, novamente para Goiânia, no super agradável espaço Oktos. 

Neste segundo dia, o terreno estava ainda mais lamacento e as dificuldades foram bem grandes, com muitos carros atolados. E registro aqui o que foi, na minha opinião, o único senão de todo o Rally: o tempo de neutralizado entre a a etapa A e a etapa B de apenas três minutos. Diante de todas as intercorrências da primeira etapa, teria sido mais legal ter um intervalo maior que permitisse que os competidores se reagrupassem para começarem juntos a etapa B. Da maneira que foi, mesmo fazendo o percurso, muita gente não conseguiu passar a tempo por dois terços dos PC para obter a classificação. Prova disso é que na categoria Master, apenas quatro carros obtiveram classificação na etapa B.

A dupla Pedro Paulo/Cristiano venceu as duas etapas do segundo dia na categoria Master, seguida pela duplas Marcelo/Alex e José Eduardo/Márcia Guerra. Nós chegamos em sétimo. Na Graduado aconteceu um fato curioso, pois apenas um carro conseguiu classificação em cada etapa. Pelos critérios de desempate, a vitória ficou com Lindão/Abel que se classificaram na etapa B, Teruz/Jubão que se classificaram na etapa A, ficaram com o segundo lugar.

Na categoria Expedition Wesley/Carlos Henrique venceram as duas etapas e Luiz/Nayane Signates ficaram com a segunda colocação. Na Ligth Fernando/Géssica ficaram com o primeiro lugar e Rafael/Gabriel com o segundo. Nas motos, Bruno Beraldi, Luiz Ribeiro e Franklin Marques repetiram as posições do primeiro dia.

Assim, na soma das quatro etapas os vencedores do Rally On Kô Tô 2016 foram Pedro Paulo/Cristiano (Master); Lindão/Abel (Graduado); Wesley/Carlos Henrique (Expedition); Rafael/Gabriel (Ligth) e Bruno Beraldi (Motos).

Nosso desempenho

Eu não tenho dúvidas que esta foi a prova que mais deu trabalho para nós, pois enquanto eu ficava brigando para manter o carro na trilha, com derrapagens e rodadas espetaculares, a Débora ficava o tempo todo fazendo correções nas medidas. E foram grandes correções uma vez que o carro patinando marca quilometragem sem sair do lugar e andando de lado se desloca sem marcar nada. Foi tenso, desafiador e muito divertido.

Logo de cara percebemos que não iríamos conseguir cumprir as médias estabelecidas e que nossa TR4 R com pneus para piso seco não seria páreo para os potentes Troller com pneus borrachudos. Então, foi tratar de manter o foco para tentar levar "a criança para casa". Conseguir chegar, por nossos próprios meios, independente da posição, foi uma vitória para nós.

Não farei aqui, como costumo fazer normalmente, a análise de pontos por PC, pois ficaria sem sentido. Vou apenas registrar que, no primeiro dia, não perdemos nenhum PC, andamos com um atraso médio de 25 segundos e ficamos em 9º na etapa A e 7º na etapa B, resultado bem satisfatório dadas as circunstâncias. Porém, no segundo dia a coisa complicou! 

Começamos largando 3 minutos atrasados porque erramos na hora de acertar o relógio, conferindo os segundos mas não percebendo o erro nos minutos.  Se já estava difícil largando no tempo, atrasado então... mas seguimos mantendo o roteiro até que encontramos um congestionamento em razão de um carro atolado e terminamos a etapa A com 15 minutos de atraso. Na etapa B, abortamos alguns trechos para entrar no tempo da prova. Como era uma etapa curta, não conseguimos passar por 2/3 dos PC como manda o regulamento e assim não ficamos classificados, apesar de termos chegado. Uma pena, pois teríamos chegado em 5º lugar e seria nossa etapa com melhor resultado. Mas valeu, foi uma verdadeira aula de pilotagem e navegação em terrenos difíceis cujo aprendizado será muito útil no futuro.

Um grande abraço para todos e até o próximo post, com as notícias de nossa experiência como levantador de prova. 








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